domingo, 25 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

CONHECENDO A JESUS SEGUNDO A CARNE!

O apóstolo Paulo disse que algum dia ele conheceu a Jesus “segundo a carne”, já agora “não o conhecia desse modo”.

Essa declaração é muito mais importante do que se pode imaginar. Primeiro porque ela nos diz que há um conhecimento de Jesus que é apenas fruto da observação histórica. Nesse caso, crê-se que Jesus é um fato histórico, e que por ser histórico, merece ser objeto da fé; já que não há nada e nem ninguém que tenham trazido a fé para o plano da “prova real e objetiva”, pelos próprios milagres que realizou, mostrando ter total domínio sobre os poderes do absurdo.


Assim, sendo Histórico, Jesus pode ser crido; visto que provou a Si mesmo como objeto incomparável de fé.


Esta é viagem da teologia e da maioria dos doutores da religião, bem como de todas as racionalizações apologéticas acerca de Jesus.


Ele existiu, logo, eu creio!


Em segundo lugar, a afirmação de Paulo é super-importante porque ele diz que há um outro modo de conhecer a Jesus, e que para ele era o único que satisfazia.


“Já agora não o conhecemos deste modo”—ou seja, “segundo a cerne.”


Ora, Paulo diz que conhecer Jesus desse outro modo é o caminho da transformação do ser, de glória em glória, até que a imagem de Deus em Cristo comece a se fazer refletir em nós e a partir de nós...


E mais: Paulo nos diz que esse é o caminho dos que caminham constrangidos pelo amor de Cristo, e são os que conheceram a Jesus como revelação do Espírito, e em total subjetividade.


Estranho. Jesus é histórico, porém a história em nada nos ajuda a crer em Jesus. Na história Jesus é um objeto da fé, na melhor das hipóteses; ao mesmo tempo em que a História não conduz ninguém ao conhecimento de Cristo pela fé.


Aqui está algo para se pensar. Jesus foi histórico, mas não é a História que nos leva a crer Nele.


É obvio que Jesus foi histórico. No entanto, Ele se fez conhecer como Verbo Encarnado não pela objetividade da História, mas pela subjetividade da Revelação.


É por isto que sábios e entendidos não podiam “vê-Lo” apesar de estarem presentes na História.


Se a História tivesse o poder de “provar a divindade de Jesus” todos os que O viram teriam que admiti-Lo do mesmo modo como a humanidade inteira admite o Sol. Mas não foi assim... e nem é assim.


De fato, a história de Jesus dividiu a História sem ser objeto de analise histórica, visto que foi pela Palavra do Testemunho dos discípulos que a realidade de Jesus se constituiu para todos nós, e para eles também.


Toda a história de Jesus se baseia no testemunho da Palavra. Assim, o Jesus Histórico não tem “em-si” o poder de “provar” a si-mesmo apenas porque sua existência é inegável.


“Conhecer a Jesus segundo a carne” não revela a Jesus para o coração.


De fato, nossa viagem continua a ser como a dos primeiros discípulos, aqueles dos evangelhos, visto que não foi a História que lhes revelou “Deus em Cristo”, mas sim a Revelação do Pai, e isto contra a própria História.


É por esta razão que eu não creio que Jesus seja “provado” à menos que seja provado.


A História, no máximo, põe a Jesus como objeto da crença—e isto é segundo a carne—, mas não faz surgir a fé que nos leva a conhecer a Jesus-mesmo, em nós.


Assim, é a Revelação quem ilumina a História, e não a História a Revelação.


Todo o labor cristão por provar a historicidade de Jesus como se isto fizesse alguma coisa a mais acontecer, nada mais faz que colocar a Jesus no lugar dos fósseis observáveis.


É o testemunho de Jesus que é o “espírito da profecia”.


Minha tristeza é ver que boa parte do que os cristão chamam de “conhecimento de Jesus”, nada mais é que um exercício de apropriação histórica de conhecimento, mas que nem sempre tem a ver com a experiência do conhecimento de Jesus, que não é nunca qualquer coisa que valha se antes não tiver sido o fruto da revelação que iluminou o coração com fé.


Afinal, a fé não vem como uma dádiva do mundo físico, mas como uma graça que nasce no coração.


Jesus é Histórico, mas Ele só é Verdade para mim porque algo mais profundo e anterior à própria História aconteceu em mim.


Ou seja: é a fé que me faz ver o Jesus Histórico, e não o Jesus Histórico que me leva a fé. Visto que pela História, ninguém pode agradar a Deus, pois os que crêem são filhos das coisas que se não vêem.


Isto porque em Jesus nós temos o paradoxo de que Ele é objeto da fé, mas somente o é, se antes o for mediante a fé.


Não está escrito: “Sem História é impossível agradar a Deus”; mas sim, “sem fé é impossível agradar a Deus”.


Conhecimento histórico de Jesus não leva ninguém a saber quem Jesus é, visto que pela História ninguém conhece a Deus.


Assim, pela História, pode-se saber da existência de Jesus, mas não se pode conhecer Jesus.


Para se conhecer a Jesus antes tem-se que crer Nele.


O Jesus conhecido somente pela História não é mais Jesus, pois já terá virado objeto de observação alterável pela predisposição do observador.


Jesus somente pode ser conhecido pela Revelação, e isto independe da quantidade de conhecimento histórico que a pessoa tenha.


Ora, a demonstração final de tudo o que até aqui disse, acontece pela impossibilidade da História poder responder a uma única questão: Como, pela História e pela Lógica, se pode desejar provar que Deus estava em Cristo? Sim, como poderia Deus em plenitude ter estado num indivíduo? Como poderia Deus ser um indivíduo?


Paulo disse que isto era loucura e escândalo. Pela História ninguém pode responder a tal questão, visto que é loucura. “Mas Deus nos revelou pelo Espírito”, diz Paulo.


A fé grita contra a presunção de se pensar poder conhecer a Jesus mediante meros meios históricos.


Do ponto de vista da fé, pensar de outro modo é blasfêmia e total insanidade. Assim, o que é sanidade para a lógica humana, é insanidade para a fé.


Na História, Cristo se Encarnou; mas é somente no coração—no mundo da subjetividade—que Ele se revelou, mediante a fé.


Este é o conhecimento de Jesus acerca do qual Paulo está falando.


[Caio Fábio - Copacabana - 23/11/2004]
[Seis meses após a ida de meu filho Lukas para a casa do Pai]

Fonte:http://www.caiofabio.net/2009/conteudo.asp?codigo=00207

sábado, 10 de abril de 2010

O DEUS QUE É DISCRETO, SIMPLES, GENTIL E HUMILDE

O negócio da religião é simples de discernir e difícil dele sair de dentro da gente.

Na religião há uma bandeira, um time e uma torcida para cada uma delas.

Um ser religioso é um ser de rituais e costumes, aliados a um "respeito" a letra morta da escritura --- seja ela qual for: Cristã, Muçulmana, Budista, etc. --, a quem ele proclama defender.

O Deus da religião tem nome e é carente de adoração via "sacerdotes" em reuniões coletivas.

Já o Deus em quem eu creio é aquele que é O NOME, o Deus que é!

O Deus que é discreto, simples, gentil e humilde -- para a surpresa de muitos.

Sim, o Deus que não aceita adoração senão a da vida em misericórdia para com o próximo.

Sim, o Deus humilde, pois Ele só se dá a conhecer aos que falam a língua universal do AMOR -- que é a essência dEle mesmo -- e só busca adoradores que o adorem, não em um "lugar", mas, no íntimo do ser, em espírito e em verdade; que o adorem na vida -- mesmo quando escrevem, falam, comem, bebem, e, principalmente, quando se relacionam com outros seres humanos e com o Planeta.

Sim, o Deus humilde que quando vestiu cara de gente, só se fez discernir por quem creu nEle, pois não havia aparência nenhuma exterior de poder ou pompa real.

Quem é da religião (do time, da bandeira e da torcida), de qualquer uma delas, quando vê um hindu amar como Gandhi ou um muçulmano como Yunus, se não for do mesmo time, tende a sentir pena que alguém tão bom possa estar tão enganado.

Quando eu vejo alguém que ama o próximo, independente da etiqueta religiosa ou cultural, eu ligo na hora com os personagens dos evangelhos a quem Jesus elogiou a fé -- a mulher sírio fenícia, o samaritano, o centurião romano, etc. --, e que não eram da "religião" de Jesus... rsrsrs Como se Jesus tivesse "outra religião" que não a do AMOR.

Assim, querido(a), "escritura", para mim, é a história do relacionamento de um povo com Deus. Palavra, é aquela que é impressa na nossa alma, e não em páginas de um livro.

É isso que eu discerni.

Bento Souto


Fonte: http://www.caiofabio.net/2009/conteudo.asp?codigo=05304

Powered By Blogger